terça-feira, 15 de maio de 2012

SAI UMA OBRA PRIMA E ENTRA OUTRA


Faz uns 10 dias que terminou uma das melhores novelas exibidas pela Rede Globo e agora reprisada pelo canal VIVA. Na primeira vez q foi exibida , em 1985, ela chegou a ter 100% de audiência. Todo mundo se divertiu com os mandos e desmandos de Sinhozinho Malta, um verdadeiro coronel interpretado por Lima Duarte. Regina Duarte parecia outra pessoa na pele da exagerada Porcina, a viúva que era sem nunca ter sido. Impagável os trejeitos dela e o modo como ela chamava sua empregada: Minaaaaaaaa!!!!! Gerson do Vale, o diretor do filme com suas crises existenciais e sua paixão por Linda Bastos, tb rendeu momentos hilários na novela. Fábio Jr, no melhor papel de sua carreira, mostrou um Roberto Mathias com suas próprias características: carismático, mulherengo, charmoso, debochado e muitas vezes até infantil. Uma delícia de ver!!!! José Wilker com seu Roque, também debochado e atrevido, mostra a Porcina o que realmente importa nessa vida. Que o ser é muito mais importante que o ter. Acho que por essa mudança dela, Aguinaldo Silva tem razão ao querer que Porcina termine com Roque. Voltando para o Sinhozinho é como se ela tivesse regredido. Mas, isso não tira em nada o brilho da novela. E Armando Bógus? Que saudade desse talento!!!! Ary Fontoura, Heloisa Mafalda e Paulo Gracindo (prefeito Florindo Abelha, Dna Pombinha e Padre Hipólito respectivamente) também renderem ótimos momentos para a novela.

Enfim, todo o elenco estava perfeito. E, a história do santo que não é e nunca foi santo, a volta dele para a cidade 17 anos depois, gerando a maior confusão e o medo dos poderosos da cidade que vivem da exploração do mito desse santo, tudo isso e o humor que nela foi implantada fizeram dessa novela um enorme sucesso. Valeu a pena rever!!!!!

 E, para substituir um sucesso e uma obra prima, o canal VIVA escolheu outro sucesso e outra obra prima, dessa vez exibida pela primeira vez no horário das 19hs: Que Rei Sou Eu?, a melhor novela das 19hs exibida até o momento e escrita pelo maior gênio da televisão brasileira: Cassiano Gabus Mendes. Quando soube na época que ele estava escrevendo uma novela de capa e espada  pensei que não iria dar certo, que seria muito violento mas, na verdade o único capítulo realmente violento foi o último. A novela, como um todo, foi tratada com  inteligência e maestria. Cassiano foi muito feliz na escolha do tema. Transportou o Brasil da época de 1989 (época que a novela foi ao ar) para o século XVIII  e num país fictício (Avilan). Tudo que acontecia no Brasil naquela época era colocado na novela, ambientada no século XVIII e com muito humor. Criticava a corrupção e todos os absurdos que aconteciam no Brasil. Pouca coisa mudou de lá pra cá, principalmente a corrupção, isso torna a novela ainda atual, mesmo 23 anos depois.

Cassiano foi tão feliz nessa novela que conseguiu  contornar um problema muito sério: a saída repentina de Carlos Augusto Strazzer, que estava fantástico como o conselheiro Crespy Aubriet. Como um autor contorna um problema como esse? Strazzer teve que sumir da novela de uma hora para outra, por questões de saúde, e por conseqüência, Crespy também sumiu sem dar explicação. Pensa que isso foi problema para Cassiano? Não. Ele criou uma das cenas mais engraçadas e criativas da novela: o retrato falado do Crespy. Assistam a novela e vejam que cena maravilhosa, assim como outras tantas que essa novela deliciosa nos oferece. Reparem também no duelo entre dois conselheiros do reino. Vale lembrar também que Tato Gabus Mendes está em seu melhor momento como ator. E eu, assim como a Rainha Valentine de Tereza Rachel, vou continuar dando gargalhadas das 00:15hs às 1:15hs.